Olá a todos!
No fim-de-semana, fui a casa de uma família
maravilhosa para trabalhar com eles e com os seus rapazes gémeos utilizando o
programa “Son-Rise”. Enquanto eu lá estava, surgiram perguntas respeitantes a atividades/
jogos repetitivos, porque um dos gémeos gostava de pegar na mão dos seus
familiares e fazê-los desenhar vezes e vezes sem conta em cartolinas coloridas.
Dado que muitas das nossas crianças têm atividades repetitivas similares,
gostaria de partilhar a minha resposta a essas perguntas convosco:
1)
Estas atividades/jogos podem ser um estímulo
para a criança em causa, dependendo do quão “rígida/fechada” ou “recetiva” ela está.
Se a criança faz pouco ou nenhum contacto visual connosco; se apresenta um
expressão facial distante; se não responde quando se tenta variar a atividade e
se nos tenta manipular fisicamente com muita intensidade, então ela está a excluir-nos
da atividade/jogo - Apesar de nos envolver na prática da
actividade/jogo, ela não nos está a incluir na mesma e utiliza-nos apenas como
uma “ferramenta” para obter a repetição que deseja. Nestes casos, o nosso papel
é juntarmo-nos à criança, felizes por sermos essa ferramenta e por fazermos a atividade/jogo
da forma que ela quer, demonstrando-lhe, assim, que ela pode confiar em nós,
atraindo-a para nós e criando uma relação com ela;
2)
As nossas crianças desejam que as suas vidas
sejam previsíveis e é por essa razão que têm comportamentos repetitivos e de
exclusão. O nosso mundo é, para elas, muitas vezes imprevisível e com
demasiados estímulos, pelo que elas encontram conforto em atividades/jogos
previsíveis. O simples facto de elas nos incluírem nessas atividades/jogos é
ótimo! Elas podiam estar simplesmente sozinhas no seu canto, por isso sintam-se
agradecidos por poderem ajudá-las desta forma;
3)
Esperem até a criança se mostrar recetiva.
Quanto mais nos juntarmos à criança e mais facilmente fizermos a atividade/jogo
em causa com ela, mais recetiva ela será às nossas ideias/estímulos. Quando a
criança estiver mais recetiva (isto é, quando ela diminuir a intensidade que
demonstra, quando der espaço para podermos acrescentar algo, quando olhar mais
para nós; quando a sua expressão facial demonstrar mais conexão/interesse ou
quando ela falar connosco), devemos então inspirar crescimento.
4)
Como é que podemos inspirar esse crescimento?
Simplesmente juntando algo novo à atividade! A melhor maneira de ajudarmos as
nossas crianças a serem mais flexíveis e mais recetivas às ideias dos outros é
variar a atividade/jogo: tentem desenhar algo completamente diferente ou tentem
criar uma canção sobre o que estão constantemente a desenhar. Tentem também
obter contacto visual: se notam que a criança está mais recetiva mas que não
está a olhar para nós, peçam-lhe, a brincar, que ela olhe para vocês, a fim de
poderem fazer mais desenhos para ela. Tentem também que ela vos responda de
viva voz: peçam-lhe que ela escolha o que vão desenhar a seguir (por exemplo,
perguntem-lhe “vamos desenhar um dinossauro para o Papá?”).
5)
Nunca se esqueçam de celebrar o que fizeram
juntos! Isso ajudará a criança a sentir que obteve o que queria e que teve
sucesso. Demonstrem a vossa gratidão por ela vos ter escolhido para brincar
convosco. Mas se ela vos disser “Não” quando tentarem inspirar crescimento na atividade/jogo,
aceitem esse “não” – lembrem-se que podem sempre obter um “sim” um dia mais
tarde.
Becky, Professora no Autism Treatment Center of America
Fonte: http://blog.autismtreatmentcenter.org/2010/01/from-becky-repetitious-games.php
Autism Treatment Center of America | http://www.autismtreatmentcenter.org/
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