Cuidar dos nossos corpos enquanto nos divertimos!


Há algumas semanas saí num outreach e trabalhei com dois gémeos maravilhosos. (Para quem desconhece os outreaches, é um serviço que oferecemos às famílias com filhos a fazerem um programa Son-Rise, em que Child Facilitators (facilitadores do The Son-Rise Program® vão a casa e trabalham no playroom, e/ou trabalham com os pais e com os voluntários para melhorar o programa). Neste outreach específico, ambos os rapazinhos adoravam brincadeiras físicas. Especialmente andar À RODA!

Quando entrei no playroom para a primeira sessão de três horas com a primeira criança, imediatamente percebi que ele queria andar à roda. Ele vinha para ao pé de mim, segurava nas minhas mãos, corria à minha volta até que eu começasse a deslocar-me na mesma direcção, e depois levantava os pés do chão como um baloiço de feira. DIVERSÃO! Durante as três horas inteiras, andámos à roda, corremos, andámos à roda, saltámos, andámos à roda e andámos às cavalitas. Eu adorei estar com este rapazinho.

Passei a segunda parte do dia com o outro rapazinho e ele adorava andar à roda ainda mais que o primeiro. Também ele veio para ao pé de mim, quando entrei no playroom, pegou nas minhas mãos e lançou-se em movimento para conseguir andar à volta. A diferença desta segunda criança é que não havia mais nada entre as voltas à roda. ERA SÓ ANDAR À RODA! Eu adorei este momento com o meu amigo enquanto nos ríamos e brincávamos, mas ao fim de duas horas de andar à roda, apercebi-me de que a minha barriga também estava às voltas. Quando a criança veio ter comigo para mais uma volta, eu expliquei: “eu adoro que queiras andar à roda outra vez, querido… mas neste momento eu tenho que cuidar do meu corpo e não vou dar mais voltas porque estou com dores de barriga”. Nessa altura ofereci à criança outras formas de estimulação sensorial (pendurá-lo de cabeça para baixo, saltar sobre a bola terapêutica, pressão na cabeça, etc.) e ele continuou a segurar nas minhas mãos tentando andar à roda. Nesta altura, decidi manter a minha decisão de não andar à roda, e sentir-me bem com ela, e continuei a explicar porquê. Depois de várias tentativas para andar à roda, a criança aceitou a minha oferta de saltar e então mudámos para um jogo novo e empolgante.

Quando estiver no playroom com o seu filho, acredite no que o seu corpo está a tentar dizer-lhe. Se estiver cansado de andar às cavalitas com a criança, sente-se na bola terapêutica e explique que vai cuidar das suas costas e andar com ele/ela às cavalitas de uma forma diferente. Se a criança tiver uma birra, mantenha-se calmo e à vontade, e confie que está a ensinar ao seu filho uma lição valiosa (nem sempre conseguimos o que queremos). Estar com o seu filho de uma forma amorosa, de aceitação e sem julgamento é a melhor oferta que pode fazer-lhe. Há muitas maneiras de criar ligação; andar à roda é apenas um bónus adicional, por isso se o seu corpo não o puder fazer, não seja severo consigo mesmo. Encontrará outras formas de criar a relação. Eu encontrei!

Divirta-se.
Com amor,

Amanda 
Autism Treatment Center of America | http://www.autismtreatmentcenter.org/

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