O âmago do programa “Son-Rise” é juntarmo-nos
às nossas crianças no seu mundo para podermos criar com as mesmas uma relação
carinhosa e de aceitação, que é o principal desafio de uma criança autista.
Passei horas e horas a juntar-me às
actividades repetitivas e de exclusão das nossas crianças nos playrooms no
programa “Son-Rise” e alguns dos meus momentos favoritos aconteceram quando me
juntei aos seus “ismos”.
Para que possam ter uma experiência mais
satisfatória quando se juntarem às vossas crianças nos seus “ismos”, aqui vão
alguns conselhos:
1)
Lembrem-se de que esta é a melhor maneira de
mostrarem à vossa criança o quanto a amam e o quanto se querem juntar, conectar
com ela, especialmente quando ela não demonstra que se quer juntar ou conectar com
vocês;
2)
Experimentem distanciarem-se fisicamente da
vossa criança quando estiverem a juntar-se aos seus comportamentos. Notámos
que, com algumas crianças, quanto mais distância física existir, mais as mesmas
relaxam e aceitam a vossa presença junto delas;
3)
Criem um “retrato visual” de tudo o que estão
a ver; tomem atenção a todos os detalhes do comportamento da vossa criança e
tentem encontrar algo nele que vos seja agradável, que vocês possam amar ou
gostar;
4)
Quanto mais se juntarem agora à vossa
criança, mais tempo a mesma terá para descansar e aceitar uma nova interacção
(com maior conexão) mais tarde;
5)
Criem o vosso próprio espaço no quarto. Se a
vossa criança está a cirandar à volta de uma mesa ou se está a alinhar
objectos, em vez de a seguirem à volta da mesma mesa ou de utilizarem os mesmos
objectos usem outro móvel que possa servir como vossa mesa ou usem outros
objectos; assim não irão infringir o espaço físico ou os objectos que são só da vossa criança;
6)
O “ismo” da vossa criança é algo que lhe é
útil – ela está a cuidar dela mesma ao regular, dessa forma, o seu sistema de
processamento sensorial; ao criar, para si própria, uma sensação de controlo e
de previsibilidade do mundo;
7)
Divirtam-se! Mostrem animação; sorriam ou
riam; tenham uma “luzinha” nos olhos enquanto fazem o mesmo que a vossa criança
está a fazer;
8)
Quanto mais se juntarem, mais irão aprender! Quanto
mais tempo se juntarem, quanto mais profundamente se juntarem, mais conseguirão
saber porque é que a vossa criança faz o que faz e quais são as suas motivações
e interesses. Isto vai ajudar-vos a tornarem-se mais próximos da vossa criança
e a terem mais conhecimentos sobre como a ajudarem;
9)
Relaxem, desfrutem, sejam fáceis e
controláveis: Se a vossa criança aceitar as coisas que vocês estão a introduzir
no seu comportamento, celebrem o facto e tentem introduzir outras coisas; se a
criança vos disser para estarem quietos, sejam rápidos a responder a essa ordem
e reduzam-se ao silêncio. Não olhem fixamente para a vossa criança, à espera
que a mesma vos dê reconhecimento; relaxem, observem a actividade em causa e
estejam atentos a qualquer “luz verde” que a criança vos dê;
10) Estejam
sempre cientes do vosso objectivo: se a vossa principal intenção, ao
interagirem com a vossa criança, é criarem uma relação com ela então, quer ela
tenha um comportamento inclusivo ou exclusivo, irão sempre conseguir isso;
vocês estão a tentar aproximar-se dela e, ao mesmo tempo, estão a estimulá-la a
aproximar-se de vocês. Além disso, este é um trabalho e esforço de equipa:
durante uma hora, vocês juntaram-se à vossa criança no playroom e, na hora
seguinte, outra pessoa irá juntar-se a ela, interagir com ela.
Estamos sempre receptivos a outros conselhos
e experiências – partilhem-nos connosco e disfrutem!
Becky, Autism Treatment Center of America
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