Olá a todos,
Esta nota é inspirada num par de perguntas que
surgiram recentemente sobre o que fazer quando está fora de casa e o seu filho
foge, não fica ao pé de si e não responde quando o chama. Diz-lhe alguma coisa
a si?
1) Confie no playroom.
A experiência do playroom oferece um
ambiente de baixo grau em distrações e alto grau de controlo para as nossas
crianças. O mundo lá fora oferece às nossas crianças um ambiente que é
altamente distrátil (p.e. coisas interessantes a explorar, vistas e sons
diferentes, etc.) e com baixo grau de controlo e possíveis guerras de controlo
(p.e. serem agarrados para os manter seguros, evitar que toquem em coisas que
não se quer que toquem, as reações e os julgamentos dos outros, etc.). Quando
trabalhamos com eles consistentemente no playroom,
eles são mais capazes de regular os seus sentidos de forma a poderem usar os
seus filtros e ligarem-se ao ambiente mais facilmente. Se o seu filho é um fujão,
tente aumentar as horas no playroom e
reduzir as saídas. Mas e sair, desfrutar do sol e do ar fresco? Ouço-vos a
perguntar! Tentem limitar o tempo fora de casa a um quintal, área de brincar,
fechado (com cerca), onde irão a horas certas dos dias da semana e onde seja
sossegado e você e o seu filho tenham um maior sentido de controlo.
2) Minimize as reações! Quando os nossos filhos fogem
ou não regressam quando os chamamos, tendemos a entrar em pânico. Enchemos a
cabeça de medo do que poderá acontecer e reagimos de forma incomodada e com
medo. Isto pode ser imensamente empolgante para os nossos filhos. Permanecer
calmo e tranquilo por dentro enquanto fazemos o que podemos para encontrar e
orientar os nossos filhos para os manter em segurança, desempenhará um papel
primordial para ajudá-los a não continuarem a fazer isto “porque é giro!”.
3) Dê-lhe uma consequência clara. Ajude o seu filho a
compreender e a saber quais serão os resultados as suas ações de forma amorosa
e sem julgamentos. Pode fazer isto explicando-lhe o que ele precisa de fazer
para poder sair e depois o que acontecerá se não lhe obedecer enquanto estiverem
fora de casa. Por exemplo: “Amanhã vamos ao parque. Eu quero muito que tu
tenhas a experiência de ir ao parque e que te divirtas, mas como da última vez
que fomos tu fugiste e eu não te consegui encontrar durante 15 minutos, desta
vez vou pedir-te que me dês a mão sempre que eu te pedir e que venhas ter
comigo sempre que eu te chamar. Agora, porque te amo tanto e quero manter-te em
segurança, se voltares a fugir e a não voltar quando eu te chamar, não
poderemos voltar ao parque durante duas semanas”. Cumpra SEMPRE as
consequências (mesmo que ele da próxima vez lhe peça com doçura e clareza). Ele
sabe como você reage e saberá perfeitamente se você vai cumprir a sua palavra
ou não.
Saiba que isto não durará para sempre. Isto é “para
agora”. Você está a trabalhar em direção a um futuro em que ele poderá
estabelecer ligação com as pessoas de forma mais fácil, confiar em quem o rodeia,
cuidar realmente de quem o rodeia e ser capaz de lidar mais facilmente com os
estímulos sensoriais. Veja isto não como uma forma de lhe tirar algo, mas de
facto de lhe dar mais oportunidades de segurança e previsibilidade na vida
dele. É por isso que muitos de nós ansiamos nas nossas vidas, especialmente os
nossos meninos com autismo.
Com amor,
Becky Damgaard
Etiquetas: fora do playroom, The Son-Rise Program®, vencerautismo