No
Autism Treatment Center of America®, muitos pais contam-nos sobre a sensação de
“andar com paninhos quentes” com as suas crianças com autismo. Isto pode
acontecer muitas vezes no seu dia-a-dia, principalmente se algo não estiver a
correr como a criança quer, ou se estiver a passar por algum tipo de transição.
Por outras palavras, estes pais estão hesitantes ou receosos pela forma como as
suas crianças possam reagir ou responder e como lidar com isso. Soa-lhe
familiar? As nossas crianças no espectro do autismo podem estar a passar por
muita coisa ao mesmo tempo, e conseguir perceber estas coisas pode ajudá-lo a
mudar de perspetiva e a ser um forte modelo de calma durante estas alturas.
Isto será tremendamente útil para a sua criança, pois irá inspirá-la a ser mais
bem-sucedida na sua vida, e também para si, que passa por estes desafios com
ela.
Quando
é que, normalmente, isto acontece?
1)
Quando elas não conseguem o que querem (por ex., querem outra bolacha, a TV
desliga-se, alguém entra no seu espaço, etc.) acabam a chorar, a fazer birras
e, às vezes, batem/ mordem/ arranham.
2)
Quando estão assoberbadas e os seus sistemas sensoriais estão sobrecarregados.
3)
Quando estão a tentar obter uma reação nossa.
Porque
é que isto acontece?
1)
Chorar/ bater/ fazer birras é uma forma de comunicar e, quando não se conseguem
encontrar as palavras, pode ter um ótimo resultado de uma forma mais rápida
(por ex., apressamo-nos a responder rapidamente a estes comportamentos e,
assim, elas conseguem a bolacha que queriam, ver mais TV, estar sozinhas, etc.)
2) Num
cenário onde existam muitas distrações e as nossas crianças não tenham muito
sentido de controlo, pode ser após um longo dia de escola, onde há muitas
pessoas, muita estimulação sonora e visual, e quando o seu cenário está sempre
a mudar (por ex., andar de consulta em consulta, visitar a família, idas à
mercearia, etc.)
3)
Porque gostam das nossas reações (por ex., quando ficamos desconfortáveis
usamos um tom de voz específico, a nossa expressão facial muda, podemos até
gritar ou revirar os olhos, etc.). Além de ser interessante para as nossas
crianças (pense no Tom e Jerry), isto dá-lhes uma resposta previsível sobre as
pessoas, que têm tanta dificuldade em perceber.
Como
ajudar:
1)
Esteja confortável, acredite que mesmo que a sua criança esteja a passar por
uma situação complicada quando não consegue o que quer, ameaça chorar ou fazer
birras, etc., não adianta estar estressado ou ansioso. Isso não a vai ajudar
nem mudar o facto de a querermos ajudar a crescer nessas áreas. Saber que
estamos a fazer o melhor que pudemos e libertar-nos do estresse relacionado com
os possíveis comportamentos, ao mesmo tempo que se transmite calma e paz, será
extremamente vantajoso para ambos.
2)
Envolva a sua criança num ambiente com poucas distrações e onde ela tenha uma
maior sensação de controlo (por ex., a sala de jogos do The Son-Rise Program®)
e passe o maior tempo possível sozinho com ela. Seja 30 minutos ou 2 horas por
dia, já vimos as nossas crianças sair do modo de luta e, facilmente, passar
para o modo de recuperação nesta sala, que é onde a sua aprendizagem acontece.
3)
Proteja-se (se a sua criança começar a ser agressiva consigo). Pode afastar-se
ou até colocar uma almofada entre si e a criança. Movimente-se lentamente e
fique calmo. Explique à sua criança que não entende o que quer dizer quando
começa a bater/ chorar/ gritar, etc. Como alternativa, mexa-se rapidamente e
aproveite a sua criança nos momentos em que estão a comunicar mais (por ex.,
ser doce, usar comunicação adequada, como falar/ olhar/ apontar). Se a sua
criança ainda não verbaliza, tente fazer isto mas sem aqueles sons de lamúria
que elas fazem (os sons são o início de cada comunicação verbal), pois podem
ignorá-los e não responder.
Contacte-nos
para mais informações.
Saudações
calorosas,
Becky Damgaard
Professora no Son-Rise Program®
Autism Treatment Center of America®
Etiquetas: atitude, comportamentos desafiantes, dicas playroom, The Son-Rise Program®, The Son-Rise Program® principios, vencerautismo